Abaixo coloco um exemplo de um jogo de representações, entre o real e a representação, entre o estar e o estar fora...
O quadro abaixo nos mostra a obra de arte: "As Meninas" retratando a Família de Felipe IV, datado de 1656. Em primeiro plano vemos o cachorro e outro lado podemos ver uma grande tela em diagonal. A filha de cinco anos do rei Filipe IV da Espanha, Margareta-Teresa,está no centro da tela, cercada por sua escolta de criadas e anões.
Diego Velázquez é o pintor da obra, representou a si mesmo à esquerda da tela, pintando a imensa tela, retratando o rei e da rainha, que podem ser vistos refletidos no espelho nos fundos, atrás da cabeça da menina ao centro. Velázquez é um dos maiores pintores de retratos de todos os tempos, e este quadro é considerado a sua obra-prima realista.
Seria insuficiente observar que a originalidade do pintor Diego Velázquez vem do fato de ele ter sido um dos primeiros a representar a representação, pois sua reflexão acerca de processos estéticos vai muito além disso.
Nessa pintura, não vemos apenas a representação da criação artística, mas também a representação da experiência estética, dada pela imagem refletida no espelho.
É nesse jogo que se esconde a complexidade da Obra "As Meninas". Ao contemplá-lo, somos impelidos a refletir sobre a nossa posição diante da obra de Diego Velásquez, da mesma forma que o olhar do pintor se projeta para fora dela, o nosso olhar se projeta para dentro.
já que ocupamos também o lugar na frente do espelho que esta dentro da obra.
Nossa posição se confunde,inevitavelmente,com a posição dos monarcas. É como se, estando no Museu do Prado, diante desta mesma obra: "As Meninas", eles estivessem na nossa frente, olhando o a imensa tela que esta dentro do quadro.
Como nós o olhamos e se projetando nele como nós nos projetamos?
Nesse exemplo gostaríamos de destacar que o modelo de um objeto é o real, o que está fora da representação visível é o que não é visto. Quais os caminhos que se chegou até que esse objeto se tornasse real, e tivesse algum significado para o “leitor”.
O que está fora do "nosso quadro" cultural, da minha concepção inicial é o exterior ... é o estranho. Temos a tendência de desconsiderar tudo aquilo que precedeu ao “real”, à forma acabada de um produto. Desvalorizamos o processo de organização, de planejamento, de confecção, ... o nosso quadro cultural é o pronto, o já construído.
Pensar quer dizer construir linguagens, perceber coisas diferentemente do que se está acostumado a ver.
"Por que o professor precisa "pensar" as suas ações ? Para reconhecer os saberes que foram excluídos. Para fazer a história do presente e descobrir fraturas nas práticas que nos aprisionam. Para eventualmente e minimamente mudar a realidade.
Qual é o "quadro" da educação paranaense hoje ? O que está dentro ? O que está fora? O que é real? O que não é real?
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