sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Revelando a Memória na Medida e na Necessidade: Visita Técnica a Dois Colégios datados de 1911





Digitalização  da foto da Primeira Edificação  Original, postada  no corredor do Colégio Estadual Rio Branco- Cuiritiba Pr
Acervo: Museu da Escola/SUDE/SEED- Ronel Corsi




Visita da Equipe do Museu da Escola dia 20/agosto de 2009- tratando de assuntos referente a preservação. 
Discussão Sobre o Colégio Estadual Barão do Rio Branco que completará 100 anos em 2011.



MUSEU DA ESCOLA

Detalhe da Mesa Original do Diretor atual, tratando-se de uma referência de época.



Armário em vidro da sala da direção do colégio, tratando-se de uma referência de época.



Mastro em madeira,referência de época, com as bandeiras de Curitiba, Paraná e Brasil,





Colégio Estadual Dezenove de Dezembro

Placa de Inauguração datada: Ano 1911, Colégio 19 de Dezembro

Construção Administação do  Drº Francisco Xavier da Silva
Sendo Secretário de Obras Públicas Drº Claudino dos Santos

  



Acervo Exposto no Corredor do Colégio Estadual 19 de Dezembro, em sua Edificação Original, detalhes de professores e alunos em suas comemorações cívicas e outra alunos em frente a Edificação da Escola.

Fotos:Digitalização / Acervo Museu da Escola/ SUDE/SEED-Ronel Corsi










Detalhe  do Relógio de época do Colégio Estadual Dezenove de Dezembro 
Foto Museu da Escola/SUDE/SEED- Ronel CorsI 





quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Revendo a Memória na Medida e na Necessidade: Arquitetura, Edificações Escolares



Sude/Superintendência de Desenvolvimento Educacional-Informação 19/08/2009

MUSEU DA ESCOLA


ELIZABETH AMORIM DE CASTRO


PROMOÇÃO:
SUDE –SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED
Rua dos Funcionários, 1323 - CEP: 80035-050 - Curitiba - Paraná
Fone 41 3250-8100 - Fax 3253-6322

ORGANIZAÇÃO
Assessoria de Patrimônio Histórico Escolar - SUDE

MUSEU DA ESCOLA


Telefone: (41) 3250-8116

COLÉGIOS PÚBLICOS DE CURITIBA: Grupo Xavier da Silva- 1903; Grupo Escolar D.Pedro II- 1928; Grupo Escolar Ferreira da Costa- 1946; Ginásio Paranaense- 1904; Escola Normal-1922; Colégio Estadual do Paraná- 1950.








GRUPO ESCOLAR XAVIER DA SILVA- 1903
Inauguração: 19 de Dezembro de 1903 - Primeiro Grupo Escolar do Paraná




Grupo Escolar D.Pedro II- 1928
Inauguração: 29 de Fevereiro de 1928, Governo Caetano Munhoz da Rocha, Primeiro Grupo Escolar contruído em dois pavimentos. 



Grupo Escolar Lysimaco da Costa - 1946
Inauguração no ano de 1946,Edificação Neocolonial Governo de Manoel Ribas, 


Ginásio Paranaense- 1904

A 4ªsede do Ginásio Paranaense, inaugurada em 24 de fevereiro de 1904


Escola Normal- 1922
Instituição de ensino encarregada da formação de professores no Paraná, foi criada em 1876- Em 7 de setembro de 1922 no Centenário da Indepência do Brasil, ganhou sede própria,projeto Carlos Rosa.


Colégio Estadual do Paraná - 1950
Obra iniciada em 1944 por Manuel Ribas e inaugurada 29 de Março de 1950, dia do aniversário de Curitiba- sede Rua Ébano Pereira,com algumas adapetações passou a abrigar a Secretária de Educação e Cultura.





EDUCANDÁRIOS: CENTROS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL



CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE CAMPO COMPRIDO - 1942



LAR ESCOLA HERMÍNIA LUPION- 1954



COLÉGIOS RELIGIOSOS
Bom Jesus- 1896,Colégio Divina Providência -1903,Colégio Nossa Sehora de Lourdes- 1907,Sagrado Coração de jesus- 1918, Colégio Santa Maria-1925, Colégio Sofia - 1957





COLÉGIO BOM JESUS- 1896



COLÉGIO DIVINA PROVIDÊNCIA





COLÉGIO NOSSA SENHORA DE LOURDES- 1907


COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS- 1918



COLÉGIO SANTA MARIA - 1925



link:Museu da Escola: Arquitetura Escolar

Museu da Escola Paranaense







MUSEU DA ESCOLA PARANAENSE:

PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO E PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ.
Maria de Lourdes Mazza de Farias
Maria Helena Pupo Silveira
Paulo César Medeiros



Resumo

O Museu da Escola Paranaense é uma ação científico-cultural-educacional, que surge da necessidade de resgate, proteção e preservação da História da Educação. O projeto tem como objetivo principal gerenciar e operacionalizar a criação de um Museu de abrangência estadual, sendo também espaço de interação de pesquisadores, gestores, acadêmicos e todos os profissionais ligados à Educação, além da população local e de outras regiões. O presente artigo visa informar as ações da equipe de trabalho entre 2007 e 2009, destacando duas experiências realizadas em escolas de relevância histórica e apresentar os cenários futuros no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à proteção do patrimônio e da preservação da História da Educação no Estado do Paraná.

Palavras-Chave: Museu Escolar, Arquitetura Escolar, Documentação Histórica.


Abstract

The Museum Paranaense School is an action scientific and cultural-educational, which arises from the need to rescue, protect and preserve the History of Education. The project's main objective manage and operationalize the establishment of a Museum of state coverage, and also space for interaction of researchers, managers, scholars and all professionals working in education, in addition to the local population and other regions. This article aims to inform the actions of the team work between 2007 and 2009, with two experiments carried out in schools of historical relevance and present future scenarios in the development of public policies aimed at protecting and preserving the heritage of the History of Education in the State of Paraná.

Keywords: Museum School, Architecture School, Historical Documentation.



Apresentação

O presente artigo visa apresentar aspectos conceituais e metodológicos em desenvolvimento na Secretaria de Estado da Educação do Paraná, na área do Patrimônio Históricos Escolar. O debate acerca da importância dos Arquivos, Acervos Históricos, Museus Escolares, da pesquisa em História da Educação, e os esforços para o desenvolvimento de projetos de conservação e de levantamento e catalogação de fontes, acervos e arquivos escolares, tem resultado em um movimento importante no processo de gestão das escolas, em especial a partir da década de 1990, no Brasil.
Devido a razões administrativas, limitações quanto à infra-estrutura física e de recursos humanos, entre outros, diversos tipos de documentos cuja guarda não tem amparo legal nas escolas, têm sido sistematicamente destruídos. Outros que deveriam ser guardados, são maltratados e relegados a condições insalubres de conservação, quando não estão dispersos, perdidos e descartados. O mesmo acontece com objetos que permearam o cotidiano escolar. As escolas, como um dos principais centros de difusão de conhecimento e de produção de cultura, podem ser consideradas como “lugares de memória”. Expressão cunhada por Pierre Nora (1997) para se referir aos lugares espaciais, materiais e simbólicos que produzem uma memória coletiva e expressam a pluralidade sociocultural de uma localidade. Enfim, todos os saberes e experiências produzidas pela escola constituem o patrimônio histórico da educação.
O projeto iniciou em abril de 2008, com a designação da presente equipe. O grupo de trabalho foi constituído com a finalidade de organizar a gestão dos projetos da Secretaria de Estado da Educação na área da gestão do Patrimônio Histórico educacional do Paraná. A proposta central do grupo é a constituição do Museu da Escola Paranaense, que deverá ser implantado em um prédio histórico da SEED-PR, ainda em processo de definição e planejamento na Superintendência de Desenvolvimento Educacional. O objetivo geral desta poroposta é instalar em uma Escola Histórica do Paraná um espaço de abrangência estadual interligando uma rede de Centros de Memórias, localizado nas Escolas Estaduais da rede pública, com a finalidade da proteção do patrimônio histórico e preservação da memória da educação escolar paranaense. Resgatar a história não apenas para preservar a memória das escolas, mas também para estimular e realizar estudos e pesquisas no campo da Educação escolar.
O propósito é construir um espaço vivo e integrado à comunidade resgatando a função social do museu, além de preservar e expor ao público objetos de valor histórico, tais como carteiras, lousa, objetos, livros e documentos antigos. Pretende-se resgatar a história oral, através da tomada de depoimentos e relatos. Permitir um espaço de reflexão sobre o passado, analisando-o face às questões presentes, de forma a revitalizar as práticas. Um espaço de formação de cidadania destacando a importância da preservação histórica como referencial de nossa identidade. O público alvo principal são estudantes e professores do estado, sendo também espaço de interação de pesquisadores, gestores acadêmicos, cientistas e todos os profissionais ligados á Educação, além da população local e de outras regiões do Estado, Pais e Mundo.
Mas afinal, para que serve um Museu? Qual ou quais as justificativas para a criação de um Museu Escolar?
O verbete Museu tem um significado de contemplação do belo, do templo dedicado às Musas, divindades na Mitologia grega que inspiravam as artes, para o de guarda de acervos artísticos e históricos:

[Do gr. Mouseîon, ‘templo das musas’, pelo lat. museu.]
Substantivo masculino. 1- templo dedicado às Musas, as divindades na Mitologia grega que inspiravam as artes. Qualquer estabelecimento permanente criado para conservar, estudar, valorizar pelos mais diversos modos, e, sobretudo expor para deleite e educação do público, coleções de interesse artístico, histórico e técnico. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2004).


Assim, no sentido de elitização cultural, a literatura acadêmica aponta que o nascimento de museus públicos tem sido compreendido como parte da emergência das ideias modernas relacionadas com a Ordem e Progresso e com as experiências que se lhe relacionam de tempo e espaço, associadas aos processos de industrialização e urbanização que o ocidente viveu no séc. XIX. (SEMEDO, 2004, p.129)
Podemos afirmar que a proposição estrutural que emerge desta concepção é a de Domínio, nesse caso, a incansável busca do “Domínio da Natureza”, do “Passado” e do “Outro”. Desse modo, em meados do séc. XIX, o ocidente conheceu um desenvolvimento do conhecimento sem precedentes acerca do universo material que era o resultado de uma extensa e sistemática investigação, experimentação, exploração e teorização sobre o mundo. (Idem)
Portanto, a origem de um espaço museal atendeu a emergência da necessidade do homem moderno, de ordenação e racionalização do mundo. Segundo Tony Bennet (1995):

O nascimento do museu público ao mesmo tempo em que é coincidente proporciona um contexto institucional de visibilidade para a emergência de um novo grupo de conhecimentos cada um dos quais, na sua forma museológica, organizava artefatos como parte de sequências evolucionistas que, no conjunto das suas interrelações, apresentavam uma ordem totalizadora do mundo. (BENNET, 1995)


Outra referência sobre o termo Museu também está relacionado à idéia de coleções, de compilações sobre determinados assuntos. Na modernidade, as modificações em relação ao conhecimento e ao ideário de classificação desses conhecimentos, asseguraram nova importância aos museus, tidos então como gabinetes de curiosidades. (KREIDLORO, 2007)
Dentre as muitas frentes que o escritor Mário de Andrade atuou, sobre a questão museológica o escritor anunciava que o museu é uma arena, um espaço de conflito, campo de tradição e contradição. Afirmava que os museus estavam distantes de serem considerados um espaço neutro e apolítico da celebração da memória daqueles que prematura e temporariamente alardeiam os louros da vitória.
Essa nova concepção de museu consolida-se a partir do encontro do International Concil of Museuns - ICOMs, em Santiago no Chile, no ano de 1972. A partir daí novos conceitos da Museologia foram elaborados, como a expressão “Nova Museologia”:

A museologia deve procurar, num mundo contemporâneo que tenta integrar todos os meios de desenvolvimento, estender suas atribuições e funções tradicionais de identificação, de conservação e de educação, a práticas mais vastas que estes objetivos, para melhor inserir sua ação naquelas ligadas ao meio humano e físico. Para atingir este objetivo e integrar as populações na sua ação, a museologia utiliza-se cada vez mais de interdisciplinaridade, de métodos contemporâneos de comunicação comuns ao conjunto da ação cultural e igualmente dos meios de gestão moderna que integram os seus usuários. Ao mesmo tempo em que preserva os frutos materiais das civilizações passadas, e que protege aqueles que testemunham as aspirações e a tecnologia atual, a nova museologia – ecomuseologia, museologia comunitária e todas as formas de museologia ativa – interessa-se em primeiro lugar pelo desenvolvimento das populações, refletindo os princípios motores da sua evolução ao mesmo tempo em que as associa aos projetos de futuro. Este novo movimento põe-se decididamente a serviço da imaginação criativa, do realismo construtivo e dos princípios humanitários definidos pela comunidade internacional. (...) Neste sentido, este movimento, que deseja manifestar-se de uma forma global, tem preocupações de ordem científica, cultural, social e econômica. Este movimento utiliza, entre outros, todos os recursos da museologia (coleta, conservação, investigação científica, restituição, difusão, criação), que transforma em instrumentos adaptados a cada meio e projetos específicos. (ICOM, Santiago do Chile, 1972).

A partir de existência de Museus Escolares no Brasil é muito recente e vem se proliferando devido a insistência de alguns pesquisadores ligados a História da Educação, nos Programas de Pós-graduação em Educação.
Neste sentido, para apresentar os primeiros passos da construção de uma política pública de gestão do Patrimônio Histórico da Educação do Paraná, foram selecionadas duas experiências realizadas em parceria com escolas estaduais nos anos de 2007 a 2009, no sentido de implantar Centros de Mémória. Os casos apresentados buscam informar os leitores sobre os processos internos e externos envolvidos na gestão do Museu Guido Straube e Centro de Documentação do Colégio Estadual do Paraná e na formação de gestores do Patrimônio Histórico do Instituto de Educação do Paraná (I.E. Erasmo Pilotto). Ao final, além das considerações preliminares, apresentamos os cenários futuros desta ação de proteção e preservação da história dea educação paranaense.

Museu Prof. Guido Straube: uma experiência de Museu Escolar no Paraná

Vista Frontal – Colégio Estadual do Paraná

Fonte: CEP, 2009

O Colégio Estadual do Paraná é uma daquelas escolas consideradas um monumento no cenário paranaense e na cidade de Curitiba. Para que o leitor se localize quanto a sua importância e sua “monumentalidade” arquitetônica e cultural para o Estado, esta instituição de ensino foi especialmente construída para comemorar os 100 anos de emancipação política da Província do Paraná, em 1953.
A sede atual do Colégio Estadual do Paraná, inaugurada no dia 29 de março de 1950, representa, também, a continuidade do tradicional “Lycêo de Corytiba”, fundado em 1846, quando o Estado ainda era Província de São Paulo. Outro fator relevante sobre o Colégio Estadual do Paraná foi o ato oficial que o tornou um Patrimônio Histórico do Estado do Paraná . Esta ação, no entanto, colocou para a administração do Colégio novas responsabilidades e necessidades de organização, planejamento e gestão administrativa de um bem tombado .
Destaque-se que o processo de tombamento de um patrimônio não significa cristalizar um monumento, perpetuando-o em sua forma e sua função. Antes de tudo, esse processo deve atender aos interesses das comunidades, além de produzir uma relação de respeito e troca. Essa interação assegura a preservação da memória de uma comunidade, pois, torna a população cúmplice da preservação e recuperação de todo um acervo histórico que diz respeito à identidade daquela sociedade.
Trabalhamos aqui com a idéia de Monumento do Congresso de Veneza, em 1964:

“(...) a noção de monumento compreende não só a criação arquitetônica isolada; mas também a moldura em que ela está inserida. O monumento é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho. Reconhece-se, consequentemente, um valor monumental tantos aos grandes conjuntos arquitetônicos quanto às obras modestas que adquiriram, no decorrer do tempo, significação cultural e humana”.
(Carta de Veneza de 25 a 31 de maio de 1964 em Veneza-Itália).

Nesse sentido, novas iniciativas de gestão e orientação patrimonial escolar devem ser produzidas e formalizadas como política pública dos órgãos responsáveis pelas escolas. Assim, em um programa conjunto desenvolvido com professores do Programa de Pós Graduação em Educação (UFPR), assessores da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (SEED-PR) e de uma comissão do Colégio Estadual do Paraná, que resultou num fórum de debate permanente das questões referentes ao Patrimônio Histórico da Escola, a partir de 2006. Um dos projetos desse grupo é a implantação de uma Divisão de Gestão de Patrimônio Histórico do Colégio Estadual do Paraná, com a finalidade de administrar e desenvolver ações de preservação da Arquitetura original, restaurado dos bens mobiliários e pedagógicos, da higienização da documentação histórica impressa, de sua organização, guarda e disponibilização do acervo a pesquisadores e comunidade em geral.
O acervo do “Museu Guido Straube”, criado oficialmente no CEP, em 8 de maio de 1979, tinha inicialmente objetos do antigo “Gimnásio Paranaense” que possuía um conjunto de materiais utilizados e organizados por Guido Straube, professor de História Natural daquela instituição. Segundo, Ernani Straube (1992), aquele material foi transferido para o Colégio Estadual do Paraná, em 1950, e exposto em uma sala de aula que tinha na porta de entrada a placa indicativa: Museu Guido Straube. “O acervo reunia material de apoio para suas aula, com espécimes de botânica, geologia, mineralogia e zoologia” (Idem, p. 92)
Atualmente, o Museu reúne objetos, mobiliário, documentos impressos e imagéticos que remontam um importante período da História da Educação e do Colégio, entretanto devido ao acúmulo de importantes materiais e dificuldades de acondicionamento e preservação, além da necessidade de restauro de várias peças e documentos históricos, foi cedido um espaço permanente e apropriado para abrigar o Patrimônio.
Diante das atuais necessidades do CEP para garantir os cuidados necessários de um acervo de 162 anos de história, o Museu Guido Straube juntamente com o Centro de Documentação, tornam-se instâncias de execução na estrutura organizacional do Colégio Estadual do Paraná, ligados ao nível de atuação instrumental da Direção Geral da escola.
Nesse contexto, a consolidação de novo espaço para o Museu Guido Straube se dá em meio a uma série de discussões sobre a preservação do Patrimônio Histórico Escolar paranaense. Para reforçar essa iniciativa e política pública a reinauguração da nova sede do Museu está prevista para março de 2010, pois o novo espaço passa por uma restauração e abrigará todo o acervo numa casa (anexa ao edifício principal do CEP) com dois pavimentos, com previsão de salas de exposição, salas para pesquisa, salas de guarda de documentação, além de ambientes de micro-filmagem, de higienização e recepção do acervo. Alguns desses ambientes receberão tratamento e climatização especial para a preservação dos acervos.
Numa concepção ampliada de cultura, os museus e Centros de Memoriais nas Escolas são espaços que “dão a ver”, por meio dos objetos, acervos diversos e coleções, as relações sociais que os homens estabelecem entre si e com a natureza, com diferentes culturas ao longo do tempo, de todo o acervo da educação de uma população.
O Museu Guido Straube é uma excelente oportunidade para conhecer uma importante instituição de ensino que é o Colégio Estadual do Paraná, mais que isso para conhecer a história da educação do Estado.

Instituto de Educação Erasmo Pilotto: Uma proposta de formação em gestão do Patrimônio Histórico Escolar.




Vista Frontal – I. E. Erasmo Pilotto

Fonte: Secretaria de Cultura do Paraná, 2009

Dentre os trabalhos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, direcionados à formação de gestores, professores, estudantes e comunidade na área de patrimônio histórico escolar destaca-se o curso “Principio e Práticas da Gestão do Patrimônio Histórico das Escolas Públicas do Estado do Paraná”. O Instituto de Educação Erasmo Pilotto foi escolhido para aplicação do primeiro curso, pelas suas características históricas e pela necessidade de preservação e conservação dentro dos seguintes temas: Documentação e Mobiliário Escolar; Arquitetura Histórica; Memória e História da Escola.
A referida escola foi tombada como patrimônio histórico do Paraná (Livro de Tombo II, Inscrição 154 da Coordenadoria de Patrimônio Cultural do Paraná/SEEC), desde 06 de dezembro de 2004, necessita de acompanhamentos especiais para atender as necessidades de preservação e conservação de um bem histórico educacional que remonta desde 1876, como a primeira Escola de Formação de Professores do Paraná.
A intenção principal deste curso foi a de criar uma política pública de gestão do patrimônio histórico da instituição, integrando as ações da Direção Escolar, equipes de apoio pedagógico e administrativo, bibliotecário, Docentes, representantes de alunos, estagiários dos convênios com IES e representantes da APMF. Os cursistas foram selecionados segundo a natureza de suas ações na escola, priorizando suas condições de planejar e acompanhar as estratégias de implantação do Centro de memória Instituto de Educação Erasmo Pilotto.
O curso desenvolveu conceitos ligados à preservação e patrimônio, como bens culturais materiais e imateriais, tendo como referência o entendimento de conhecimentos das técnicas, do saber, do saber fazer e do funcionamento das escolas nas seguintes dimensões: arquitetura escolar, documentação impressa, recursos de aprendizagem, mobiliário escolar e memórias pedagógicas.
O curso foi estruturado com objetivo principal de formar gestores do Patrimônio Histórico Escolar, com a finalidade de instituir Centros de Memórias nas Escolas Públicas, promovendo a pesquisa e a preservação dos bens materiais e imateriais da Educação Paranaense. Além de aprofundar conteúdos estabelecidos nas diretrizes curriculares para a educação básica, que dizem respeito à melhoria do ambiente escolar, a importância, reconhecimento, proteção e preservação da história da escola.
Outros conceitos estudados foram o de museologia, de identidade cultural escolar, memória e bens tombados, bem como sua importância para a história da educação paranaense. O curso também procurou refletir sobre a memória e identidade da instituição, a partir do trabalho de toda a comunidade escolar para preservação e proteção da história da escola.
Em todo o encaminhamento do curso foi possível manter a aproximação do cursista com os arquivos, as documentações, fotos e objetos que dizem respeito ao histórico do IEP, direcionando suas ações para a gestão patrimonial. Naquela oportunidade os participantes realizaram atividades de recuperação e acondicionamento dos acervos históricos, tais como: documentações impressas, iconográficas e objetos que dizem respeito à identidade da escola; assim todos de certa forma contribuíram para ampliar o repertório histórico sobre a escola, desse modo os professores e alunos participam da formação crítica de preservação e respeito ao ambiente escolar.
Outros objetivos do curso contribuíram para fomentar a organização do Centro de Memória do Instituto de Educação Erasmo Pilotto, bem como sua importância na continuidade de preservação e proteção dos bens históricos da educação com a contribuição da comunidade escolar. Além disso, os participantes tiveram como tarefa produzir os “Cadernos de Memória e História da Educação do Paraná: Instituto da Educação Erasmo Pilotto”, a partir dos conceitos gerais sobre o Patrimônio Histórico, fotografaram os documentos e os acervos que mostram os períodos da atuação da escola, bem como objetos, materiais de professores e alunos, uniformes, laboratórios, a fachada e outras características arquitetônicas, além de entrevistas com pessoas que fazem ou fizeram parte da história da escola.
Os conteúdos do curso conjugaram os aspectos pedagógicos e de preservação do patrimônio escolar:
• Diretrizes Curriculares Estaduais e Nacionais que possam contribuir na formulação dos conceitos e práticas sobre patrimônio histórico, museu, identidade e memória, bem como sua importância no contexto escolar.
• A produção da cultura material e imaterial do ensino público paranaense que formam o Patrimônio Histórico Escolar, expresso na documentação impressa; na arquitetura escolar; nos objetos e acervos produzidos na vida escolar;
• Planejamento da gestão do patrimônio histórico escolar, compreendendo: dispositivos legais; mapas, sítios históricos; história da construção da escola; plantas; projetos, fotografias imagens e sons, salas especiais, anfiteatros; tecnologia e infra-estrutura escolar; recursos de aprendizagem; memórias; narrativas; arquitetura escolar e outros acervos.
• Métodos e Técnicas da recuperação, acondicionamento, organização, cuidados básicos e exposição dos acervos históricos escolares;
• Gestão do Centro de Memória do Instituto de Educação Erasmo Pilotto visando sua integração às redes colaborativas de pesquisa e de proteção do patrimônio histórico, bem como de atendimento ao público e acesso aos diversos acervos da escola;
• Produção da história oral e escrita com a finalidade de gerar textos e documentos de divulgação científica sobre o Patrimônio Histórico do Instituto de Educação do Paraná.

No processo de elaboração do Curso, a equipe gestora da SUDE/SEED esteve em contato com diferentes docentes ligados às Instituições de Ensino Superior, pesquisadores nas áreas de arquitetura histórica escolar, gestores de museus, profissionais nas áreas de museologia e arquivística, bem como os demais órgãos de Estado ligados à Cultura, Ciência e Tecnologia. Este processo resultou na qualificação dos métodos e técnicas empregadas na sua elaboração.
Igualmente importante, foram os contatos com as equipes internas da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, pois permitiram dar início a um processo de discussão intra-institucional sobre este tema e perceber a necessidade de se ampliar este debate para os diversos segmentos que participam da gestão escolar em nível de Secretaria Estadual.
O contato com a comunidade escolar do IEP, permitiu a compreensão das necessidades reais dos atores que convivem com os acervos em sua escola. Deste contato resultaram várias análises, estimativas de custos, infra-estrutura física e material, necessários à proteção dos acervos escolares e de processos humanos ligados à educação patrimonial e suas demandas.

Considerações Finais
As experiências apresentadas revelaram importantes indicadores de rendimento do projeto Museu da Escola, bem como apontaram a necessidade de promover ações integradas entre as escolas, a comunidade escolar e a Secretaria de Estado da Educação no gerenciamento e planejamento da preservação dos bens materiais e imateriais da educação paranaense, envolvendo as seguintes metas:
1 – Planejamento e Administração do Patrimônio Histórico da Educação do Paraná: produzir um Museu Virtual da Escola do Paraná com a finalidade de integrar as ações de planejamento e informação sobre o Patrimônio Histórico Escolar do Estado do Paraná; organizar um Manual de Gestão de Documentos Históricos, Manual para Gestão da Arquitetura Escolar de Escolas Tombadas e de Interesse de Preservação da SEED/Comunidade Escola, Manual de Gestão de acervos bibliográficos e Recursos Pedagógicos de interesse de preservação da SEED/Comunidade Escolar.
2 - Pesquisa da cultura escolar e gestão da rede de Centros de Memoriais Escolar: Centros de Memória da Escola –– Instalação de Escolas Pólos
• Centro de Memória do Instituto de Educação de Maringá
• Centro de Memória do Instituto de Educação de Ponta Grossa
• Centro de Memória do Instituto de Educação de Paranaguá
• Centro de Memória em Jacarezinho
• Centro de Memória em Palmas
• Museu Guido Straube – Colégio Estadual do Paraná
Levantamento preliminar de acervos em 96 prédios escolares de relevância histórica nos 32 Núcleos Regionais de Educação da SEED/PR.
3 - Formação e educação patrimonial: Organização de rede colaborativa de difusão e educação patrimonial; Curso de Formação Continuada em Gestão do Patrimônio Histórico Escolar do Paraná; Exposição iconográfica nos Pólos; Exposição iconográfica nos Núcleos Regionais; Encontro da Rede de Memoriais Escolares do Paraná; Produção dos Cadernos de Memória da História da Educação do Paraná.
Consideramos que o planejamento e a execução destas atividades estão ligados aos demais planos de ação da SEED-PR para o desenvolvimento educacional das escolas estaduais, envolvendo a capacitação profissional, melhoria das condições físicas e materiais das escolas, aprimoramento na gestão da informação e administração escolar. Consideramos, por fim que neste movimento de aprimoramento das políticas públicas de educação no Paraná, revelam condições favoráveis para a consolidação das metas que destacamos e buscamos cumprir.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BENNETT, Tony. The Birth of the Museum. London and New York: Routledge, 1995.
CACHEUX, G. Les Bibliothèques. In G. Mialaret e J. Vial (orgs.), Histoire Mondial de l éducation , IV: 209-216, Paris: Presses Universitaires de France. 1981
CHAGAS, Mário. Há uma Gota de Sangue em cada Museu. Argos, Chapecó: SC 2006.
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CARVALHO, A. M. Galopim de. "Os museus e o ensino das ciências", Revista de Educação, III, 1, 61-66. 1993
KREIDLORO, Claudia Aparecida. Museu da Cidade de Salto: Política Cultural e Educação. Dissertação Mestrado. Departamento de Educação, Linha de Pesquisa Conhecimento, Linguagem e Arte. Universidade Estadual de Campinas. São Paulo, 2007.
FARIA, M Lima de. Museus: Educação ou Divertimento? Revista Crítica de Ciências Sociais, 1995.
MICHELET, A. Le materiel pédagogique, in G. Mialaret e J. Vial (orgs.), Histoire Mondial de l' éducation , IV: 201-207, Paris: Presses Universitaires de France. 1981
MILLARES, Carlo A. Introducción a la Historia del Libro y de las Bibliotecas, México: Fondo de Cultura Económica. 1971
PARANÁ. Museus do Paraná. Secretaria de Estado da Cultura. Curitiba, 2006.

PEIXOTO, Ana Maria Casasanta. Museu da Escola: espaço de memória espaço de conhecimento. Caderno do Professor, Belo Horizonte, v. 16, p. 12-26, 2005.
POMIAN, K. Collectionneurs, Amateurs et Curieux. Paris, Venise: XVI - XVII siècle, Paris: Gallimard. 1987.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Projeto Museu Guido Straube, 2007, UFPR, mimeo.
STRAUBE, Ernani. Guido Straube: Perfil de um professor. Ed. Gráfica Expoente Ltda, Curitiba, 1992.
VILLAVERDE, M Cabral. A Biblioteca em mutação. In: Gabinete de Filosofia do Conhecimento (org.), A Ciência como Cultura, 169-176, Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda. 1992.